ryo encantado
bonito peito prece
vou banhar y dançar no seu balanço
ryo me atravessa
veias iguais em mim
ouço as crianças y vejo os olhos dela
posso morrer
y nascer ryo.
ryo nasce a partir de um sonho espiritual que tive em agosto de 25.
nesse sonho, havia uma floresta à beira de um ryo — um ser encantado, meio pássaro, meio humano, dançante, do tamanho das árvores. tudo era azul. um sonho transcentral futurista.uma cosmovisão para o (re)nascimento de ryo.
ryo é uma obra viva y encantada.
construída com retalhos de tecidos de descarte, restos de linhas das costuras e bordados, em diferentes tons de azul. entre eles, um tecido dourado, em reverência a Oxum, rainha y mãe das águas doces, dona da minha cabeça.
usei técnicas manuais ancestrais como bordados, destramas y pinturas.
a obra carrega poemas, gestos y memórias que se transmutam em encantamento.
em ryo, a transmutação têxtil é reza, y o vestir é travessia.
ryo foi construído durante o curso de corte, costura y transmutação têxtil do ateliê transmoras por ryo sylva, artista visual y fotografo documental. sua pesquisa enquanto artista abordam assuntos como espiritualidade, ancestralidade, dissidência de gênero, memória como herança y afeto como politica.
com amor;
dedico ryo a esù, aos seres encantades, minha mãe osun y meu pai odé.
a minha família do ile asé odé onifá aynhamó.
as minhas avós marias josés. as minha crias pam, theo y davi.
a minha mãe dandá costa y minha irmã maria. meu companheiro de vida felipe.
a todes amigues, em especial, thamú, lusca, calvin, kaju y udi.
ao ateliê transmoras y todes professores, educadores y psicologues.